sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Personagens



As vezes , quando paramos e pensamos no que fizemos da nossa vida, nem sempre temos a resposta que gostaríamos, não é verdade?
Então...sou um bom exemplo disso...
Na minha última sessão de terapia, com a magnifica Dra Luiza Cacau Claudia(geeeeeente - ela faz milagres, eu recomendo 1000%), ficou a pergunta: porque me cobro tanto...porque não consigo me aceitar???
Estas perguntas começaram a me incomodar de verdade, afinal, sempre achei que sabia tudo da minha vida,que era a senhora absoluta da minha razão e emoção, que o que fazia era o certo pra mim, e bláblábláblá.Que baita engano!!!
Descobri que criei um personagem e passei a viver a vida dele...As coisas que fiz nestes últimos anos, não fui eu quem fez, foi ele, ou ela, sei lá...Me tornei a pessoa que eu acreditava ser  aquilo que os outros precisavam, eu estava sempre por perto, sempre tinha uma "idéia" genial, enfim...qualquer coisa ou fragmento de coisa que pudesse servir para que eu me encaixasse naquele contexto(que não é o meu, na verdade).
Criei uma personalidade que pudesse ser aceita pela sociedade, pelas pessoas, pela família, enfim, mas nada dava certo,nada era feito com verdade, porque eu mesma nunca me aceitei, sempre me senti excluída de tudo, desde novinha, mesmo não deixando aparecer no sorrisão, o peito doía de rancor e inveja.
Sempre quiz ter uma família, daquela onde existe um pai e uma mãe, de verdade,sabe...sempre quiz conviver com o meu irmão, nunca deu...sempre quiz ter uma coleção de Barbies, hehe. tanta coisa que no fim, eu acabva compensando de outras maneiras.
Olha..quando me deparei com aquele personagem estranho que eu mesma inventei, foi como se eu tirasse aquela roupa que usei, por quase toda a vida e ficasse com ela nas mãos, analisando, criticando...então eu percebi muita coisa, percebi que fiz coisas que não queria fazer apenas para agradar aos outros,fiz outras tantas apenas porque alguém iria ver, alguém iria comentar, alguém mais tarde poderia vir a saber, enfim...
E isso inclui também a vontade de gastar, de comprar, de ter...mesmo que eu não precisasse, eu tinha que ter aquele objeto... afinal, era parte do personagem, ser aceita custe o que custar.
Confesso que ainda não tenho a resposta para aquelas duas perguntinhas, mas ja sei o que me motivou a errar tanto nestes últimos anos, nos últimos 34 pra ser mais exata.Foi este personagem que eu inventei.Eu vivi uma vida que não era a minha..mas sabe, que olhando de fora, eu vejo que sempre estive junto aquele personagem, gritando, pedindo pra sair, pedindo pra fazer outras coisas, ele que nunca me ouviu...Bem feito pra ele, estou assumindo o controle da minha vida...ele foi descartado...fiquei com alguns de seus vicios, é verdade, mas o tempo cura todas as feridas, dizem...então, uma nova caminhada me aguarda...não sei o que vem por ai, mas a única certeza é de que trago a alma limpa, sem vergonha de ser eu mesma, sem vergonha dos meus erros, com muita vontade de viver e construir...
é isso...

Um comentário:

  1. Vanessa, minha amada amiga. Vejo que você esta brilhando cada vez mais. Tirar as máscaras sociais construídas ao longo dos anos e ver-se à parte delas é uma tarefa árdua mas, também, muito saudável. Você é uma pessoa maravilhosa. Te adoroooooo! Sua amiga e terapeuta, Luiza.

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